Para evitar sumiços, os donos de cachorros já usam implantes de chip e coleiras com GPS
Se depender da tecnologia, cartazes do tipo “cão perdido” vão se tornar mais raros. Mania nos Estados Unidos, a coleira com GPS – o sistema de localização por satélite – está ganhando mercado por aqui. Para evitar problemas, donos de cachorros muito amados ou com pedigree investem num sistema com rastreador portátil. É semelhante ao usado pelos pesquisadores da vida selvagem. Mas há outra forma de diminuir as chances de o bicho sumir: o implante de um chip do tamanho de um grão de arroz na nuca do animal, com informações médicas e o endereço para que ele seja devolvido à casa.
Essas alternativas são recentes no País, mas aos poucos começam a conquistar adeptos. Em Campinas (SP), uma lei que entra em vigor em 2007 obriga a prefeitura a implantar gratuitamente microchips com identificação em cães e gatos. A proposta surgiu com base em estimativas que indicam que 70% dos bichos nas ruas têm dono e não foram abandonados. Estão perdidos. O projeto foi aprovado em setembro, mas recebeu um veto do prefeito. Há duas semanas, o veto caiu e agora a administração terá de criar um programa com um padrão de tecnologia.
Padrão é fundamental. Segundo Marcelo Brandão, diretor do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, encarregado de recolher os animais das ruas, essa medida seria de difícil adoção na capital paulista. “Não estamos aparelhados para fazer a leitura de chips. Ainda mais com a variedade que há”, diz. No mercado, há modelos com preços que vão de R$ 15 a R$ 70. Por enquanto, são as clínicas veterinárias que investem na tecnologia. “Na Europa, o implante é obrigatório para a segurança do animal”, conta a veterinária Natalie Rodrigues, da clínica Pet Center Marginal, em São Paulo, que passou a fazer implantes neste ano. Para o estudante Olívio Soares, 21 anos, o chip poderá ajudar a encontrar seu cão da raça shitzu, Yuri, caso seja surrupiado. “Se ele for roubado e levado para uma clínica equipada, vão achar meu endereço”, afirma. Olívio pagou R$ 1.380 pelo cão e fez para Yuri um plano de saúde que permite o implante.
Para quem deseja uma garantia maior, há a coleira com GPS que custa R$ 1.480, com mensalidade de R$ 98. Batizado de FindMe, o sistema faz o rastreamento do animal, exibindo o caminho num mapa disponível na internet. “Ele também tem a função de cerca eletrônica”, acrescenta o engenheiro Teodoros Megalomatidis, que desenvolveu o serviço. Isso quer dizer que, se o “totó” ultrapassar um determinado limite (a quadra de casa, por exemplo), o proprietário recebe um alerta no celular. Criado há seis meses, o FindMe atende 500 clientes no Brasil e em Portugal. Em janeiro, deverá chegar à Argentina. Detalhe importante: o modelo só serve para cães de médio a grande porte. Os pequeninos ficariam sufocados com a supercoleira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário